Reeducação alimentar infantil
A qualidade da alimentação das nossas crianças é um dos blocos mais fundamentais para o seu desenvolvimento. Tão fundamental, que saúde (física e mental) e educação dependem dela.
A desnutrição é um problema grave de populações mais carentes, não só no Brasil, mas também em outros países. Não nos damos conta de que, além de representar prejuízos significativos às crianças que crescem sem nutrição adequada, torna-se também um problema de saúde pública quando doenças na infância, adolescência e idade adulta aparecem em decorrência disso e os estados, através de seus sistemas de saúde, precisam tratar estes pacientes muitas vezes com condições crônicas.
Problemas relacionados à nutrição, no entanto, não aparecem somente diante de falta de acesso a alimentação adequada, mas também através de más escolhas alimentares daqueles que têm acesso a opções. Seja por falta de informação ou por não priorizar a alimentação de qualidade no núcleo familiar.
E isso é algo que observo consistentemente em restaurantes, em redes de fast food lotadas de famílias com crianças, em interações sociais com muitas famílias, nos lanches das escolas e outras situações de caráter social.
É importante prefaciar esta conversa falando sobre o contexto dentro do qual isso acontece:
- ESTILO DE VIDA MODERNO: as mães (normalmente responsáveis pela alimentação da família ainda nos dias de hoje) ao longo da história recente, conquistaram direitos fundamentais e importantíssimos. Mas para exercer esses direitos, acumulamos funções de trabalho remunerado e não remunerado, que sobrecarregam nossas rotinas, muitas vezes comprometendo a qualidade da alimentação que oferecemos às crianças. Escolhas repetidas em que a praticidade prevalece sobre a qualidade, resolvem o problema imediato e criam problemas de médio e longo prazo.
- DEMANDA POR PRODUTOS PRÁTICOS: A indústria alimentícia embarcou nessa demanda alucinante que se fez presente no nosso contexto sócio cultural e a abasteceu com uma pletora de produtos de enorme praticidade – porém de qualidade questionável. Ingredientes artificiais aos montes foram sendo adicionados a esses produtos, com o propósito de aumentar sua durabilidade nas prateleiras, torná-los mais visualmente atrativos e com maior apelo ao paladar. Isso se traduz em produtos com glutamato monosódico (realçador de sabor tóxico ao nosso corpo), excesso de açúcar, adoçantes e corantes, gordura hidrogenada, entre outros.
- INTERESSE DA INDÚSTRIA: é importante entendermos que este é um mercado bilionário que o tempo todo defende seus interesses econômicos. A nossa limitação de tempo, somada à falta de informação, favorece esses interesses, mas nos causa prejuízos. Conforme as pessoas se tornam mais conscientes com relação aos problemas associados ao consumo desses produtos, isso representa um potencial risco a esse mercado, que vê suas vendas caírem e precisa se adaptar a uma demanda diferente. Assim, vemos comerciais de produtos como margarina (um alimento absolutamente nocivo à saúde) com Ômegas adicionados à composição para passar a falsa idéia de alimento mais saudável. Comerciais de bolachas recheadas mostrando crianças alegres e saudáveis, quando o produto é prejudicial à saúde. Há indústrias que até mesmo patrocinam estudos independentes para se beneficiarem dos resultados com viés. Para quem se lembra das crianças vestidas como bichinhos da Parmalat, essa é uma aberração da comunicação da indústria do leite – que é um alimento altamente inflamatório, potencialmente alergênico e inadequado para o consumo humano. Mas até hoje compramos a idéia de que precisamos dar muito leite às crianças pelo seu conteúdo de cálcio e proteínas. E assim, a indústria cresceu sobre o nosso custo de saúde.
Dito isso, chegamos à conclusão de que o caminho para evitar problemas associados à alimentação – e para construir saúde através dela – é a informação, verificação de fontes e priorização da questão. Sem isso, não conseguimos nos organizar para fornecer nutrição adequada e construtiva às crianças.
Supondo que você já esteja razoavelmente informada, o problema às vezes aparece com outra cara: seu filho já está acostumado com uma alimentação distante da ideal, o paladar dele já prefere os alimentos menos saudáveis, você tenta oferecer os saudáveis – e ele os recusa. O que fazer neste caso?
Ou, talvez, você esteja planejando engravidar, ou já gravida, ou com um bebê em estágio de introdução de sólidos e quer oferecer a ele a melhor alimentação que lhe é possível, mas fica confusa diante das mensagens contraditórias que encontra neste mar de informação.
A educação alimentar na prática
Em ambos os casos, contamos com um benefício do funcionamento do corpo humano associado à nossa sobrevivência como espécie. Sempre que o organismo recebe alimentos e nutrientes que lhe são benéficos, ele reforça um desejo instintivo por eles.
Por outro lado, o corpo também prioriza fontes de energia e aprende que o açúcar e as gorduras, ainda quando não saudáveis, são excelentes fontes para este propósito. E, assim, ficamos viciados em carboidratos simples e alimentos gordurosos, se não fornecermos ao corpo outras alternativas mais saudáveis como fontes de energia.
Compreender esse conceito é absolutamente fundamental para embasar nossas escolhas. Diariamente consumimos calorias que podem ser distribuídas de várias formas e através de alimentos diversos. Sempre que dedicamos parte dessas calorias a alimentos que fornecem energia, mas não são necessariamente saudáveis, reforçamos o vício. Sempre que priorizamos os saudáveis, reforçamos o instinto. É essa a escolha que precisa ser feita: alimentar o vício ou alimentar o instinto.
Quando a criança recusa os alimentos saudáveis, é porque o corpo está pedindo a fonte de energia à qual se viciou. Com a criança acostumada a uma alimentação saudável desde a gestação da mãe, acontece o contrário: ela tende a não querer consumir os prejudiciais – e, quando consome, é em quantidades e frequência muito inferiores às que poderiam se tornar problemáticas.
Por isso é tão importante que essa construção seja feita o mais cedo possível – idealmente no preparo para a gestação, através da educação alimentar da futura mãe. A isso se dá o nome de programação metabólica, algo que não só interfere nas preferências de paladar da criança, mas também na formação estrutural das células do bebê, predispondo-o a uma saúde mais forte – ou mais frágil, diante da inadequação nutricional. A ausência de uma programação metabólica predispõe, inclusive, a doenças específicas como diabetes, obesidade, câncer, etc. Se você está no estágio de gestação (ou pré gestação), está em posição ideal de fazer essa construção.
Mas e você, mãe que não sabia nada sobre isso antes e agora tem uma criança que não quer comer salada, brócolis e arroz integral?
Neste caso, nós vamos recorrer à alimentação do instinto.
“Mas como, se meu filho recusa estes alimentos?”
Adaptando pratos e alimentos que eles já gostam de comer, introduzindo ingredientes saudáveis de forma camuflada.
Leva algum tempo. A desconstrução de paladar é um processo de readaptação que requer persistência, paciência e consistência. Mas funciona!!
Se você alguma vez já tentou cortar o açúcar, vai entender perfeitamente este conceito: nosso paladar acostumado ao sabor adoçado do açúcar, estranha muito a ausência dele. Seu primeiro café sem açúcar (ou mesmo com menos açúcar do que você está acostumada) parece intoleravelmente amargo. Os bolos que você está acostumada a comer geram desejos insuportáveis de atacar a primeira confeitaria da esquina. O suco natural de frutas, principalmente os cítricos, parecem muito azedos. É o processo de desintoxicação que está em andamento, “matando de fome” (quase que literalmente) o vício. Conforme você persiste na sua decisão, após alguns dias isso começa a mudar. Não só o café começa a oferecer sabores que você nunca tinha notado e passa a apreciar (o desejo incontrolável por doces começa a diminuir e a percepção gustativa da frutose dos sucos se acentua), mas naquele dia em que você resolve comer ou beber algo com açúcar, aquilo lhe parece estranhamente doce demais. Seu corpo se desintoxicou do açúcar, ao mesmo tempo em que seu paladar se adaptou, permitindo que o sabor natural das bebidas e alimentos fossem realçados, apreciados e, após algum tempo, até mesmo preferidos. Você não consegue mais consumir nada muito doce.
Assim também é com as crianças, mas com uma diferença: nós adultos temos a capacidade de fazer com que nossas escolhas conscientes se sobreponham às vontades imediatas, porque compreendemos os ganhos a médio e longo prazo. As crianças não: elas vivem no momento presente, desconhecem a dimensão das consequências dessas escolhas imediatistas e não têm como justificar escolhas diferentes através da razão.
Portanto, se não podemos contar com a força de vontade, vamos contar com a força da sabedoria do corpo.
COMO FAZER A TRANSIÇÃO:
Isso idealmente é feito com um coach de saúde ou nutricionista, que pode avaliar as necessidades individuais de cada criança, bem como seu estado físico geral, necessidades específicas de saúde, etc. Mas, em linhas gerais, você pode começar da seguinte forma:
Primeiramente, informe a família e a escola sobre o processo que se inicia, para minimizar as chances de que seus esforços sejam contaminados por pessoas que, embora bem intencionadas e tentando agradar a criança, acabam oferecendo a ela doces, bolos, sorvetes, balas, chocolates e outras guloseimas que interferem na readaptação de paladar.
Em seguida, eleja os pratos favoritos do seu filho e gradativamente faça alterações a eles. Por exemplo:
Macarrão: se a criança adora este prato, comece batendo o molho de tomate que você já usa com um vegetal cozido de sabor mais neutro, como a abobrinha. O sabor some no meio do molho, a criança come sem notar a diferença, mas está sendo melhor nutrida e a programação de paladar se inicia. Em seguida, experimente um molho “rosé” batendo o molho de tomate com couve flor. No terceiro estágio, este molho “rosé” recebe, além dos vegetais, também o grão de bico. Só neste processo, o corpo da criança já está ficando mais predisposto ao desejo por estes alimentos saudáveis, que lhe fornecem energia juntamente com as fibras, evitando picos glicêmicos e fazendo com que a criança sinta-se melhor. As papilas gustativas, expostas a estes alimentos que ela recusa individualmente, começam a se acostumar com eles. Naturalmente a aceitação dela por estes “molhos” vai aumentando. Na quinta etapa, você substitui o macarrão comum por um macarrão mais saudável, como o integral, o de mandioca, de grão de bico, etc. Vá testando – nem todo molho terá aceitação imediata e às vezes é necessário aumentar a quantidade dos alimentos adicionados gradativamente.
SUCOS: eles são um caminho formidável para reconstrução de paladar. Se você costuma acrescentar açúcar aos sucos, comece diminuindo GRADATIVAMENTE a quantidade acrescentada. Dê a oportunidade ao corpo do seu filho de se adaptar a este novo paladar. Quando estiver no estágio em que a adição de açúcar já não for mais necessária, comece a acrescentar ao suco outros ingredientes de origem vegetal. Bata o suco de laranja, por exemplo, com cenoura ou outra fruta. Se necessário, em um primeiro estágio, coe. Não é o ideal, porque ao coar retiramos as fibras e deixamos só os açúcares naturais e vitaminas – mas aí aos poucos você reintroduz as fibras também. O importante é que estes NUTRIENTES comecem a ser reconhecidos pelo corpo, gerando o desejo por mais deles.
VITAMINAS: assim como os sucos, são excelentes veículos para nutrientes disfarçados. Utilizando a banana (que já é bem doce) como base, a necessidade do açúcar é bem menor. Comece retirando o açúcar, assim como nos sucos, e vá acrescentando ingredientes. Com a vantagem de que a textura já mais grossa das vitaminas permite a inclusão de fibras sem gerar tanta resistência. A vitaminas podemos acrescentar vegetais folhosos, legumes, outras frutas e oleaginosas (como a pasta de amendoim, de amênoas, de castanha de cajú, etc). Todos estes alimentos têm perfil nutricional excelente, o que ajuda não só a nutrir a criança no momento imediato, mas também na construção de paladar mais propenso a aceitá-los também separados da vitamina.
PURÊS E CREMES: na mesma linha das vitaminas, são alimentos de alta aceitação infantil (em especial de crianças mais novas) e passíveis de adição nutricional. Comece com um purê de maçã caseiro (ferva os pedacos de maçã com casca e bata no processador sem açúcar) e o utilize como base para a introdução de outras frutas, como a pêra, kiwi, mamão, etc. Os cremes de banana batida com abacate também têm boa aceitação. Tente também cremes com outras frutas, como a manga (que faz purês bem docinhos), mamão (um “creme de cassis” não alcoólico), etc. A banana batida com abacate e cacau em pó (sem açúcar) produz uma mousse de chocolate muito saudável.
SORVETES: os industrializados que trazemos do supermercado estão entre os piores tipos de alimento que podemos oferecer a uma criança. Ao invés disso, faça o seu em casa, utilizando frutas, oleaginosas e leites vegetais. Congele as frutas (utilizando a banana como base cremosa e mais doce, para não incluir o açúcar) e depois as processe com os ingredientes desejados – frutas congeladas como manga, mamão, kiwi, abacaxi, abacate, etc, pastas de amendoim, amêndoas ou castanha de caju, leite de soja, de aveia, amêndoas – o que você preferir. Coloque a mistura em um pote ou forminhas de picolé e volte ao congelador.
DOCINHOS: grande parte das crianças adora a oportunidade de comer um brigadeiro, beijinho ou paçoca. Faça uma adaptação, também gradativa, dessas delícias culinárias. A paçoca pode ser feita com pasta de amendoim, farinha de aveia ou mandioca e tâmaras. Brigadeiros com cacau sem adição de açúcar com receitas funcionais. Beijinhos com leite vegetal, leite de côco, adoçados de forma mais natural. E é também interessante criar docinhos novos, enrolados em bolinhas que podem ser congeladas para a hora do lanche (em casa ou na escola) utilizando ingredientes naturais – embora esse tipo de alimento talvez só tenha aceitação em etapas mais avançadas.
PASTAS NUTRITIVAS: as pastas feitas com base de leguminosas, como o grão de bico ou feijão branco por exemplo, são uma boa opção para introduzir estes alimentos à criança que os recusa. As primeiras podem ser simples (mas bem temperadas) e, em segundo estágio, adicione folhas verdes como o espinafre ou escarola e outros legumes, como o pimentão, cebola, beterraba, etc. Servidas com pães, torradas ou biscoitos integrais no início (ou mesmo como recheios de sanduíches), depois com vegetais frescos ou cozidos.
ARROZ: pode ser um veículo interessante para ajudar na reconstrução de paladar. Faça um caldo de legumes caseiro, fervendo cascas, folhas e talos de vegetais que utilizar para outros pratos, acrescentando alguns temperos como salsinha, cebolinha, coentro e também sal, alho e cebola. O caldo pronto dura alguns dias na geladeira e pode também ser congelado em formas de gelo para ficar fracionado e durar mais tempo. Utilize este caldo no cozimento do arroz. Para introduzir o arroz integral, comece misturando ao arroz branco em pequenas proporções e aumente gradativamente.
FEIJÃO: utilize o caldo de legumes aqui também e, adicionalmente, separe uma boa quantidade do caldo do feijão e bata com legumes mais neutros. Além de criar um caldo mais consistente, permite a introdução de vegetais adicionais.
Em resumo, através das preferências de paladar da criança, já estabelecidas, você vai introduzindo ingredientes naturais, nutritivos e saudáveis, de maneira disfarçada – e deixa o corpo dela fazer o trabalho de reconhecimento nutricional, melhora na sensação de bem estar ao consumí-los e de predisposição à aceitação.
Quando chegamos neste ponto, começamos a oferecer os alimentos individualmente, da forma mais atrativa possível.
- Brócolis, couve flor, pimentão, abobrinha, bem temperados e feitos na churrasqueira, grill ou air fryer são mais saborosos do que cozidos em água, ou até mesmo refogados.
- Couve fica deliciosa no formato de chips, temperada e feita no forno até desidratar e ficar crocante.
- As frutas têm mais aceitação em apresentações mais visualmente atrativas e divertidas. É a hora de fazer espetinhos alternando duas ou três frutas, picar 3 tipos diferentes e montar um prato colorido ou dividir em potinhos, apostar nas saladas de frutas sem açúcar, usar palitos de sorvete para criar picolés com fatias de melancia, de melão, de bananas colocadas no congelador por meia hora.
- As uvas congeladas criam um lanche refrescante, mais doce que a uva fresca e divertido por fugir ao formato padrão.
- Crie uma “estação de lanche” utilizando uma forma para cupcake com o mínimo de 6 espaços, preenchendo com alimentos saudáveis, como na foto abaixo. Deixe à disposição da criança sem insistência e, nos horários em que ela manifestar interesse, deixe comer – ainda que seja pouco antes de uma refeição. Isso começa a criar autonomia de decisão e experimentação, que é também parte importante do processo. Essa estação também começa a minimizar as chances que a criança peça um alimento não saudável entre as refeições.
E, neste ponto, é importante falarmos sobre essa autonomia da criança. Ninguém gosta de fazer nada forçado e, em alguns estágios do desenvolvimento, a criança naturalmente fica mais opositora, buscando sua independência, autonomia e individualidade. A rotina alimentar com 3 refeições é um modelo que seguimos socialmente e é importante dentro desse contexto, porque membros de uma família têm horários para cumprir relacionados a outras esferas, como trabalho, escola, etc. No entanto, ao entrarmos em uma rigidez estrutural de rotina, acabamos dando a ela prioridade, em detrimento das mensagens de fome e apetite que o corpo dá – e isso é muito bem regulado na criança (principalmente as mais novas), até que a rotina estabelecida se sobreponha, jogando a percepção destes sinais para o plano de fundo.
Meu filho, por exemplo, não tem muito apetite na hora do almoço – desde bebê. Ao invés de tentar forçá-lo a comer uma refeição mais completa nesse horário, correndo o risco de criar uma associação negativa com a comida, eu sirvo refeições mais leves (por vezes até mesmo fora dos padrões tradicionais) e aproveito os picos naturais de apetite dele na parte da tarde para oferecer os nutrientes que possam ter ficado deficientes no almoço. Se fosse tomar por base a recusa de certos alimentos no horário do almoço, teria chegado à conclusão de que ele não gosta da maioria dos vegetais – o que está longe de ser o caso. Ele só prefere comê-los em outro horário.
O que não pode acontecer é substituir uma refeição por alimentos de má qualidade ou pular refeições por completo, deixando a criança sem comer por muitas horas seguidas. Mas respeitar o apetite e o ritmo biológico dela, ensina uma lição valiosa sobre ouvir o próprio corpo e a própria fome, para que essa regulação e a relação com a comida se mantenham saudáveis.
Considerações finais:
Durante o processo…
- vá aos poucos retirando os alimentos que não beneficiam a saúde da criança, tais como aqueles contendo excesso de açúcar (iogurtes industrializados, doces e balas), carboidratos simples (farinhas brancas – pães, salgados, bolos), elimine o quanto antes as frituras (batatas fritas só de forno ou air fryer), os ultraprocessados (como bolachas recheadas, bolos prontos, refeições industrializadas congeladas, nuggets, hambúrgeres, etc), carnes ultraprocessadas (salsichas, linguiças, bacon, frios – entenda aqui por que) e, se possível, também o leite e laticínios.
- ofereça alimentos contendo as gorduras saudáveis ao corpo, presentes nas oleaginosas, sementes e abacate, por exemplo. E também vegetais ricos em proteínas, como as leguminosas, alguns leites vegetais, alimentos à base de soja, quinoa, chia, amaranto (já fez mini pipoca de amaranto?). As gorduras e as proteínas são os macronutrientes que mantém a sensação de saciedade por mais tempo, ajudando em níveis mais estáveis de conversão do alimento em energia, se comparados aos carboidratos. A criança precisa de alimentos que forneçam energia, não só para brincar e aprender, mas também para o desenvolvimento motor, intelectual e cognitivo, do cérebro, ossos e músculos. Escolha aqueles que sejam bons combustíveis para as células – e não os que alimentam vícios.
- aproveite o lanche da escola como oportunidade para reforçar a reeducação alimentar feita em casa. Veja dicas importantes neste outro texto.
- busque se planejar para ter em casa opções saudáveis para toda a família e conseguir preparar refeições adequadas ao seu objetivo.
- corte as idas a restaurantes de fast food o quanto antes. Uma refeição no McDonald’s pode reverter o trabalho de toda uma semana, de todo um mês.
- identifique restaurantes e deliveries com opções saudáveis e opte por eles quando não puder cozinhar.
- quando houver uma festa infantil, não leve a criança com fome. Faça uma refeição mais leve com ela em casa, para que na festa o impulso por doces, bolos e salgados fritos não seja grande. O mesmo vale para outros encontros sociais (quando eles puderem voltar a acontecer, afinal, na data de publicação deste texto estamos em isolamento social por causa do corona vírus).
- se possível, reforce a necessidade de cooperação com a família – avós, tios – e amigos mais próximos, com convivência mais frequente com a criança. Se não encontrar essa colaboração nelas, desenvolva uma distinção clara com a criança entre os hábitos e valores da sua família e o que acontece em outras casas e ambientes, oferecendo explicações que ela possa compreender para que, além da readaptação de paladar, ela comece também a adquirir consciência alimentar.
- Dê o exemplo!! A reeducação alimentar da criança começa com o estilo de alimentação da família. Faça sua própria reeducação alimentar, se necessário, para refletir os objetivos que deseja com seu filho e passar mensagens consistentes entre o que você diz e faz.
- seja paciente, seja persistente e não desista. O paladar do seu filho levou anos para ser construído – levará algum tempo para readaptá-lo.
Espero que essas dicas tenham lhe sido úteis, mas se preferir um acompanhamento personalizado, com uma estratégia desenhada especificamente para o estilo de vida da sua família, as preferências individuais dos seus filhos e potenciais dificuldades que apareçam ao longo do caminho, eu faço atendimentos online e seria um prazer trabalhar com a sua família. Basta entrar em contato.
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