Bullet Journal

A popularização crescente do método Bullet Journal nos dá indicativos de sua utilidade e eficácia para os mais difersos grupos de pessoas (estudantes, mães, executivos, profissionais liberais, adolescentes, etc.), dada a sua flexibilidade, adaptabilidade e liberdade, construídas sobre uma espinha dorsal básica que orienta a lógica deste sistema.

Idealizada por Ryder Carrel, esta é uma forma analógica de organização, que foi brilhantemente definida por seu criador como uma “prática de mindfulness disfarçada de sistema de produtividade”. E, embora essa ótica não fique clara à primeira vista, o uso contínuo desa ferramenta revela que esta é, de fato, a melhor definição para ela.

Mas o que é um bullet journal, na prática?

É a junção de todas as informações relevantes para você, em um único lugar, de maneira estruturada e de fácil acesso.

Para montar um Bullet Journal, essencialmente você precisa de um caderno e uma caneta, muito embora exista uma grande comunidade artística que constrói decorações incríveis em torno do backbone do sistema. Não é necessário, apenas uma opção individual.

A estrutura básica do Bullet Journal

O bullet Journal se divide em páginas (ou spreads) de planejamentos – anuais, mensais, semanais e diários – e coleções. Coleções são agrupamentos de informações dentro de uma categoria – e talvez a parte mais interessante dessa prática. Exemplos de coleções são “trackers” (spreads de acompanhamento), livros favoritos ou lista de livros a serem lidos, bucket lists, memórias, citações favoritas, controle financeiro, planejamentos de metas, listas de presentes )listas diversas), idéias de projetos… Qualquer agrupamento de informações que faça sentido ou seja necessário para você.

Como montar um Bullet Journal:

As primeiras páginas do caderno você dedica a um índice, onde marca a numeração de cada página para usar de referência para encontrar seus conteúdos. Para numerar as páginas, caso seu caderno não tenha já páginas numeradas, você pode fazer de uma só vez ou ir numerando conforme acrescenta páginas novas.

O bullet Journal utiliza também um sistema de legenda para facilitar a contextualização da informação. Essa legenda você mesmo define – ou segue a proposta por Ryder Carrol. Estes marcadores são utilizados para indicar o que é uma tarefa, um compromisso ou um evento, o status de cada um deles e você pode também usar símbolos individuais para indicar relevância e prioridades, prazos, etc. Idealmente, a legenda também é colocada no início do caderno, para servir de referência rápida até você se acostumar com seus marcadores.

As páginas seguintes você dedica para o planejamento futuro – que, em essência, é um espaço para agendamentos ou anotações que aconteçam antes que seu planejamento mensal tenha sido feito.

Em seguida, você inicia as páginas de planejamento mensal. As formas de fazer este planejamento são muitas, mas em geral coloca-se um calendário em formato padrão ou vertical (um dia por linha), que serve para a visualização condensada de datas importantes e agendamentos do mês.

Neste ponto, você pode diretamente seguir para o planejamento diário mas, mais comumente, criam-se também coleções relevantes para o mês em questão antes disso. Aqui, as pessoas incluem páginas para controle financeiro, lista de gratidão diária, objetivos do mês, controle de hábitos e sono, registro de humor, páginas de memórias, etc. Além disso, você pode incluir um planejamento semanal para funcionar com ou em substituição ao planejamento diário.

Todo início de mês essa sequência é repetida e diariamente você consulta seu Bullet Journal para planejar seus dias, marcar agendamentos, fazer anotações, registrar entradas nos trackers, escrever sobre o seu dia, acompanhar projetos e o que mais você tiver se proposto a fazer no início do mês.

A beleza do método (e o motivo pelo qual esconde uma prática de mindfulness) é que essa prática diária comeca a construir alguns hábitos e a lhe fornecer insights sobre as suas formas de funcionar. A visualização diária das informações abre muitas oportunidades para nos tornarmos mais conscientes sobre o momento presente, nossas forças e vulnerabilidades e possibilidades de ajustes e crescimento.

Nada que eu tenha testado até hoje foi capaz de me dar uma visão tão precisa e holística sobre mim mesma e sobre a minha vida.

Por isso, não só sou adepta ao método por muitos anos, como também proponente de que todos experimentem.

É também uma das ferramentas mais poderosas na minha prática de coach de saúde, como forma de orientar pacientes a definirem objetivos, metas, etapas, passos e acompanharem seus resultados.

Hoje desenvolvo layouts especificamente voltados à área de saúde e bem estar, que em breve estarão disponíveis na loja Homus Sapiens. Para o projeto Cada Vez Melhor, desenvolto spreads relacionados aos desafios propostos, que clientes recebem como bônus mensais.

Uma ressalva: se você pesquisar por Bullet Journal online (especificamente YouTube, Pinterest e Instagram), vai se deparar com layouts artisticamente desenhados, feitos até mesmo em aquarela, compostos com colagem e washi tapes, entre outras coisas. Se você for uma pessoa de inclinação artística e quiser montar seu bullet journal desta forma, digo por experiência própria que pode ser uma prática terapêutica, de auto expressão e até mesmo meditativa. No entanto, se este não é seu caso, não deixe que essa expressão alheia intimide a sua experimentação do método em si. Há milhares de pessoas utilizando o sistema no seu formato básico proposto e colhendo resultados igualmente relevantes. As decorações são absolutamente opcionais, não foram nem consideradas na idealização do sistema. Mas, se ainda assim, você quiser layouts mais bem trabalhados, existem diversas opções a serem exploradas, tais como colagens e impressões de layouts prontos.